terça-feira, dezembro 26, 2006

Coleta Seletiva

Coleta Seletiva, o hábito de separar o lixo na fonte geradora de acordo com sua característica, seja nas residências, empresas, escolas, condomínios e etc., tem como principal objetivo, selecionar o lixo que é passível ao processo reciclagem, reduzindo a quantidade de rejeitos enviados aos Aterros Sanitários. Entretanto, a Resolução N° 275 de 25 de Abril de 2004 estabelecida pelo CONAMA, também defende a proposta de redução do impacto ambiental, utilizando o processo de reciclagem em prol da redução do consumo de matérias primas, recursos naturais não-renováveis, água e energia.
Com toda essa preocupação e respaldo do Governo, ainda assim não temos um processo de Coleta Seletiva que faça jus ao estabelecido pela Legislação Federal, visto que há a necessidade de um projeto de Educação Ambiental, que informe e conscientize toda população.
Inicialmente, a Coleta Seletiva é um processo simples, onde devem ser seguidas as seguintes etapas:

1º - Estabelecer que tipo de resíduos serão coletados
2º - Contatar e cadastrar as empresas que irão coletar e receber esse material (sempre atendo as exigências legais, ou seja, empresas que sejam licenciadas pelo Órgão Ambiental Responsável, veículos que obedeçam a ANTT e a NBR 13221).
3º - Verificar qual a média de Coleta (através de pesquisa feita com moradores de sua rua, condomínio, alunos e etc., que colaborarão).
4º - Se o volume de material arrecadado estipular o limite de coleta estabelecido, verificar a possibilidade de local para armazenamento temporário.
5º - Se o objetivo for comercializar os resíduos, verificar quais possuem valor agregado mais elevado, possibilitando uma coleta seletiva mais específica.


Gisele Benedicto

Analista Ambiental
(21) 8756-8057
gisele.consultora@gmail.com

quinta-feira, dezembro 21, 2006

A Reciclagem de Lixo como fonte de renda no Brasil

Nos últimos anos, a procura por um mercado cada vez mais crescente, a reciclagem, elevou o Brasil ao topo mundial no Ranking de reaproveitamento de alguns resíduos, principalmente o alumínio.
Porém, a conquista de uma posição de honra no setor de reciclagem não vem acompanhada dos valores ambientais e educacionais adequados; pois nos locais onde existe a comercialização de recicláveis muitos sequer dispõem de um sistema de Coleta Seletiva, levando o trabalhador informal do ramo de reciclagem, o famoso catador, a segregar e comercializar somente os resíduos com maior valor agregado, ou seja: Materiais Ferrosos: Alumínio, cobre e sucata em geral; PET: Garrafas de refrigerante, e vasilhames de aspecto translúcido.
Para nós ambientalistas, percebemos que a questão ambiental é levada sempre em primeiro lugar pelo lucro agregado e a questão da preservação como uma mera conseqüência do ciclo de vida do processo de reciclagem. É óbvio que se não existisse a necessidade de algumas pessoas utilizarem o processo de reciclagem para obtenção de renda, o quadro seria bem pior, porém, como no Brasil a desigualdade social cria diferentes cenários e contrastes, muitos que não tiveram a oportunidade de se qualificar e instruir-se, encontraram na segregação e comercialização de recicláveis uma nova fonte de renda, levando uma grande parte da população atingida pelo desemprego a entrarem para o comércio de recicláveis.
Existem casos de sucesso no Brasil, onde catadores com o auxílio de profissionais especializados e com um mercado em expansão a seu favor, construíram verdadeiros impérios no ramo de reciclagem, com um volume de produção tão intenso que, suas bases não deram conta do volume de material que era arrecadado diariamente. Porém, se houvesse um programa público de coleta seletiva, um projeto de educação ambiental nos principais meios de contato com a comunidade, nas escolas e igrejas, através de eventos comuns, certamente a coleta seletiva seria levada a muitas outras comunidades, mais materiais seriam segregados e novas tecnologias implantadas. Sem contar com a procura de qualificação profissional para atuarem nesse setor, com conhecimento técnico suficiente para otimizar e elevar as coletas, atrelado a uma população mais consciente e participativa.
Não vejo isso como um sonho, apenas como um projeto viável “in loco”, mas que necessita de forte presença e participação dos órgãos públicos, Município, Estado, Universidades, etc.
Reciclar com consciência, incorporar a segregação de resíduos como um hábito rotineiro, pois somente dessa forma colheremos os verdadeiros frutos estabelecidos e mensurados através de Ranking Internacionais.