quarta-feira, janeiro 24, 2007

Alterações Climáticas e os Meios de Comunicação

Nesses últimos anos, especialmente na última década, a população mundial foi amplamente informada e alertada sobre as possíveis conseqüências das alterações climáticas. Efeito Estufa, El Niño, degelo das calotas polares na Antártida e outros fenômenos climáticos tão importantes quanto, foram explorados cientificamente e divulgados como “celebridades” pelos diversos meios de comunicação pelo mundo afora.
Entretanto, a pergunta que não cala é a seguinte: O que realmente foi feito para modificar o quadro de previsão e exatidão do Apocalipse? De que forma os meios de comunicação cobram respostas e prestam contas ao público? Dia após dia somos bombardeados por informações de catástrofes climáticas, ou seja, Tsunami na Indonésia, enchentes na Europa, derretimento das geleiras polares, enfim, tantas outras catástrofes que não conseguiria descrever nesse texto. Numa rápida busca pela internet, ou ainda, visitando o site virtual de um conceituado jornal, não é possível encontrar o nome de uma instituição ou de um cientista relacionados a pesquisas em prol do meio ambiente, impossibilitando um indivíduo ou mesmo uma civilização inteira a ter acesso à outra face da informação, ou seja, a luz no fim do túnel.
Recentemente uma conceituada revista lançou uma edição especial intitulada “verde”, onde diferentes revistas no mundo todo tiveram a mesma atitude: Informar e alertar seus leitores da interferência do homem no meio ambiente, mostrando a realidade de forma clara, e dando dicas de como cada um poderia colaborar para a redução do impacto ambiental. Foi uma idéia inteligente e sensata, pois mostrou que é possível a um meio de comunicação, seja jornal, revista, televisão, rádio e internet, conscientizar a população sem perder o seu principal sentido.
Acredito que a solução para a falta de comunicação e informação em relação a questões ambientais seja a ausência do Governo, em todas as suas esferas. Os problemas ao acesso de informações ambientais não se resolverão com a manutenção de um canal educativo, e sim com a difusão das informações em todos os meios de comunicação. O Meio Ambiente deve ser visto de outra forma, e não representado apenas por uma planta ou animal, o Meio Ambiente é todos nós, rua, comunidade, cidade, estado, país, continente e planeta; deveria existir mais integração com os meios de comunicação e a rotina de informação e educação ambiental, estabelecendo um trabalho de conscientização diária, e não fazendo das catástrofes climáticas, onde morrem milhares de pessoas, mais uma atração do Show Business.

A Barreira Ambiental

Nos últimos dias ouviu-se falar do Programa de Aceleração do Crescimento, iniciativa do Atual Governo Federal que visa “dar um empurrão” no desenvolvimento do Brasil, sem que comprometa a economia e a Inflação. Um investimento de 500 Bilhões de Reais divididos entre os principais setores da indústria, educação, habitação e desenvolvimento econômico. A maior parte do valor total será arrecadado pelos Estados, gerando uma preocupação imensa, pois do valor total, somente 43 bilhões de Reais serão investidos em Saneamento básico (algo bastante precário em diversas regiões do Brasil e que em meu ponto de vista mereceria mais atenção).
Enfim, o paradigma da situação descrita é: Como injetar um investimento brutal em determinados setores da economia, enquanto outros de extrema relevância não são considerados? Como é possível estruturar e elevar a produção nos setores de óleo e gás, quando os órgãos de fiscalização ambiental encontram-se em situação lastimável, sem qualquer condição de realizar inspeções periódicas, sem estrutura física para prover à sociedade um atendimento a altura de sua importância.
Ainda tenho esperanças de ver a Barreira Ambiental ser derrubada pelo governo, a barreira do Governo de Bush, a barreira da produção “sob todos os custos” na China, e agora a barreira da Aceleração do Crescimento no Brasil. Não quero que isto seja visto como uma crítica a iniciativa do Governo Federal, mas sim como um alerta de que a população brasileira possui outras necessidades, tão importantes quanto o crescimento, ou seja, a garantia da vida e da sobrevivência, da sustentabilidade, não somente econômica, mas sim de todos os recursos que permitem traçar expectativas e planos de crescimento.